domingo, 23 de novembro de 2014

Declaração de Independência da Internet



Abaixo a declaração de independência da internet ou do ciberespaço foi escrita originalmente por Davos um ativista político na Suíça em 8 de fevereiro de 1996, esta adaptação abaixo foi adotada por Agoristas de diversas partes do mundo considerando-se a internet e a rede mundial de computadores como uma organismo independente que deve ser livre e defendido por seus usuários de todas as censuras e tiranias, assim surgiu o termo AFK "Away from Keyboard" que significa Longe do Teclado pois quando se esta offline não esta no mundo real pois para nós a internet também é nosso mundo sendo assim é real para nós e deve ser livre e independente.

"Governos do Mundo Industrial, vocês gigantes corporativistas aborrecidos de carne e aço, eu venho da rede, o novo lar da Mente. Em nome do futuro, eu peço a vocês do passado que nos deixem em paz. Vocês não são bem-vindos entre nós. Vocês não têm a independência que nos une.

Os governos derivam seu justo poder a partir do consenso dos governados. Vocês não solicitaram ou receberam os nossos. Não convidamos vocês. Vocês não vêm do espaço cibernético, o novo lar da Mente.

Não temos governos eleitos, nem mesmo é provável que tenhamos um, então eu me dirijo a vocês sem autoridade maior do que aquela com a qual a liberdade por si só sempre se manifesta.

Eu declaro o espaço social global aquele que estamos construindo para ser naturalmente independente das tiranias que vocês tentam nos impor. Vocês não têm direito moral de nos impor regras, nem ao menos de possuir métodos de coação a que tenhamos real razão para temer.

Vocês não nos conhecem, muito menos conhecem nosso mundo. O espaço cibernético não se limita a suas fronteiras. Não pensem que vocês podem construi-lo, como se fosse um projeto de construção pública. Vocês não podem. Isso é um ato da natureza e cresce por si próprio por meio de nossas ações coletivas e individuais.

Vocês não se engajaram em nossa grande e aglomerada conversa, e também não criaram a riqueza de nossa reunião de mercados. Vocês não conhecem nossa cultura, nossos códigos éticos ou falados que já proveram nossa sociedade com mais ordem do que se fosse obtido por meio de qualquer das suas imposições, leis, recompensas e punições.

Vocês alegam que existem problemas entre nós que somente vocês podem solucionar. Vocês usam essa alegação como uma desculpa para invadir nossos distritos. Muitos desses problemas não existem. Onde existirem conflitos reais, onde existirem erros, iremos identificá-los e resolvê-los por nossos próprios meios.

Estamos formando nosso próprio Contrato Social. Essa maneira de governar surgirá de acordo com as condições do nosso mundo, não do seu. Nosso mundo é diferente.

O espaço cibernético consiste em idéias, transações e relacionamentos próprios, tabelados como uma onda parada na rede das nossas comunicações.

Nosso é um mundo que está ao mesmo tempo em todos os lugares e em nenhum lugar, mas não é onde pessoas vivem.

Estamos criando um mundo que todos poderão entrar sem privilégios ou preconceitos de acordo com a raça, poder econômico, força militar ou lugar de nascimento.

Estamos criando um mundo onde qualquer um em qualquer lugar poderá expressar suas opiniões, não importando quão singular, sem temer que seja coagido ao silêncio ou conformidade.

Seus conceitos legais sobre propriedade, expressão, identidade, movimento e contexto não se aplicam a nós. Eles são baseados na matéria. Não há nenhuma matéria aqui.

Nossas identidades não possuem corpos, então, diferente de vocês, não podemos obter ordem por meio da coerção física. Acreditamos que a partir da ética, compreensivelmente interesse próprio de nossa comunidade, nossa maneira de governar ou melhor de não precisar de governos surgirá.

A única lei que todas as nossas culturas constituídas iriam reconhecer é o Código Dourado. Esperamos que sejamos capazes de construir nossas próprias soluções sobre este fundamento. Mas não podemos aceitar soluções que vocês estão tentando nos impor.

Nos Estados Unidos vocês estão criando uma lei, o Ato de Reforma das Telecomunicações, que repudia sua própria Constituição e insulta os sonhos de Jefferson, Washington, Mill, Madison, deTocqueville and Brandeis. Esses sonhos precisam nascer agora de novo dentro de nós.

Vocês estão apavorados com suas próprias crianças, já que elas nasceram num mundo onde vocês serão sempre imigrantes. Porque têm medo delas, vocês incumbem suas burocracias com responsabilidades paternais, já que são covardes demais para se confrontarem consigo mesmos.

Em nosso mundo, todos os sentimentos e expressões de humanidade, desde os mais humilhantes até os mais angelicais, são parte de um todo descosturado; a conversa global de bits. Não podemos separar o ar que sufoca daquele no qual as asas batem.

Na China, Alemanha, França, Rússia, Singapura, Itália e Estados Unidos, vocês estão tentando repelir o vírus da liberdade, erguendo postos de guarda nas fronteiras do espaço cibernético. Isso pode manter afastado o contágio por um curto espaço de tempo, mas não irá funcionar num mundo que brevemente será coberto pela mídia baseada em bits.

Sua indústria da informação cada vez mais obsoleta poderia perpetuar por meio de proposições de leis na América e em qualquer outro lugar que clamam por nosso próprio discurso pelo mundo. Essas leis iriam declarar idéias para serem um outro tipo de produto industrial, não mais nobre do que um porco de ferro. Em nosso mundo, qualquer coisa que a mente humana crie, pode ser reproduzida e distribuída infinitamente sem nenhum custo. O meio de transporte global do pensamento não mais exige suas fábricas para se consumar.

Essas medidas cada vez mais coloniais e hostis os colocam na mesma posição daqueles antigos amantes da liberdade e auto- determinação que tiveram de rejeitar a autoridade dos poderes distantes e desinformados.

Precisamos nos declarar virtualmente imunes de sua soberania, mesmo se continuarmos a consentir suas regras sobre nós. Nos espalharemos pelo mundo para que ninguém consiga aprisionar nossos pensamentos.

Criaremos a civilização da Mente no espaço cibernético. Ela poderá ser mais humana e justa do que o mundo que vocês governantes fizeram antes." - Davos, Suíça 8 de fevereiro de 1996

Extensão para Chrome transforma Amazon em um site de eBooks pirata

Obs: O Aplicativo foi removido do ar pelo Google
Com uma das maiores coleções de eBooks, Amazon é o local preferencial para muitas pessoas que pagam para ler. No entanto, piratas agora também podem suprir suas necessidades na loja através de uma nova extensão para Chrome que insere links para cópias pirata nas páginas da Amazon.  

Como um dos maiores varejistas virtuais, Amazon é o lugar ideal para compras para muitas pessoas.
A Amazon cresceu vendendo livros, e os eBooks se tornaram um dos itens mais vendidos nos últimos anos. Entretanto, piratas estão alvejando diretamente o modelo de negócios de sucesso da empresa.
Com uma nova extensão para Chrome, piratas estão entrando na Amazon, transformando o lugar numa ‘loja’ pirata de maneira efetiva.
Quando a extensão da LibGen é instalada, ela adiciona uma nova fileira no topo da página do produto mostrando livros que estão disponíveis através de fontes não-autorizadas.
plugin utiliza dados da ferramenta de busca do Libgen.org que lista mais de uma milhão de livros. Logo abaixo está um screenshot de uma página da Amazon, com uma nova fileira no topo oferecendo links para downloadspirata do mesmo livro.



LibGen, abreviação de Library Genesis, lista uma enorme variedade de fontes pirata para a maioria dos livros, incluindo downloads diretos, torrents e magnet links. Parece funcionar bem, embora haja erros ocasionais comlinks para livros com títulos parecidos.
É desnecessário dizer que editoras de livros não ficarão satisfeitas com esse novo aspecto não-oficial da Amazon. Se a Amazon planeja tomar alguma atitude para acabar com a extensão é algo que ainda teremos de esperar para ver.
A ideia de transformar a Amazon em um site pirata não é totalmente nova. Alguns anos atrás, um plugin para Firefox integrou links para download no Pirate Bay no site da Amazon que também funcionava para músicas e filmes. O plugin foi tirado do ar rapidamente depois que se tornou notícia na mídia mainstream.
Ainda existem outras extensões por aí com a mesma função. Torrent This, por exemplo, insere links para páginas do Pirate Bay no site da Amazon para todo tipo de mídia, de forma bem parecida com o que o plugin “Pirates of the Amazon” faz.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SilkRoad fechado vitória do estado!

Não faz muito tempo que vejo pessoas comemorando o fechamento do SilkRoad 2.0 site para contrabando de mercadorias livre do pagamento de impostos que veio para substituir o antigo SilkRoad censurado depois do fechamento do Freedom Hosting na onion episódio conhecido como "A Grande Queda", porem que beneficio isto trouxe as pessoas? E quais as consequências? Veremos...

O SilkRoad é um dos diversos sites hospedados na rede conhecida como Onion ou Tor (The Onion Router),a pouco menos de 1 ano o FBI havia fechado 3 dos maiores de sites vendas de mercadorias não-reguladas pelo estado, SilkRoad, BlackMarket e Russian-Agorist MarketPlace foi uma perda enorme e resultou na prisão de 20 pessoas 8 deles administradores dos sites citados e os demais vendedores dos mesmos quase todos enquadrados nos crimes de tráfico de drogas, armas e contrabando internacional, a resposta para isso foi que o FBI não teria quebrado a criptografia mas sim utilizada de uma falha no Tor e descuido dos próprios administradores para captura-los, meses depois após o anuncio de que as supostas falha haviam sido corrigidas surge então o SilkRoad 2.0 site sucessor do SilkRoad original, em pouco tempo e sem muita concorrência o Caminho da Seda volta a prosperar na onion com as constantes proibições estados nacionais em fatores como drogas, armas e álcool  no entanto e para surpresa de alguns ele novamente é tirado do ar porem desta vez com outros 102 sites de diferentes conteúdos dentro da onion, não se sabe ao certo se pertenciam ao mesmo host porem uma preocupação surgiu no ar, "É possível a onion estar comprometida?".


Sim é possível e diferente do que algumas pessoas comemoraram esta não é uma coisa boa, na maioria das vezes esta comemoração vem da falsa ideia que com o fim da onion ou de redes como esta os crimes de pedofilia nesta redes também desaparecera ou a comunicação não será tão fácil quanto antes, mas isto é uma ingenuidade enorme, chegarão ao ponto de dizer que "o estado como orgão que se faz cumprir as leis deveria controlar a rede e impedir estes crimes" quê? Pense nisso por um instante, uma rede de anonimato que vem proporcionando uma liberdade de trocas voluntárias sem a necessidade de ser roubado por um estado ou taxado por um orgão regulador, uma rede que vem proporcionando liberdade de expressão e compartimento de informações até mesmo para pessoas residentes em países como modelos ditatoriais de organização deveria ser controlado pelo estado? Este sim é um enorme tiro no pé, o estado como uma instituição coercitiva que garante os privilégios da classe economicamente dominante não pode senão usar seu controle sobre a rede apenas contra criminosos (segundo as leis do estado) mas contra quaisquer formas de oposição vísivel ao seu regime a ordem estabelecida por ele.


Se a onion realmente esta comprometida então é essencial que comecemos a trabalhar como novos meios seguros de comunicação e contra-economia, ser impossibilitado de comercializar sem o roubo quer dizer pagamento de impostos ao estado, perseguição política, censura e violação da liberdade de expressão,não vejo como o fim da rede pode ter sido benéfica ao povo, além de não tomar medidas efetivas contra crimes de cunho abusivo contra o corpo e autonomia de outros individuos, já que a operação visou prender apenas contrabandistas, ainda foi um grave ataque a nossa liberdade e uma vitória para o estado e seus compatriotas.


Blake Benthall administrador do novo SilkRoad

Imposto é roubo! — e o que fazer quanto a isso - Samuel Edward Konkin III

Este texto traduz um dos antigos panfletos do Movement of the Libertarian Left americano, escritos por Samuel Edward Konkin III. Ele foi levemente atualizado por Wally Conger, e esta versão em português foi feita para o site agorism.info, enquanto que esta reprodução foi compartilhada via LibertyZine e revisada por O Agorista.


O Imposto é um roubo!

Certamente parece que é quando chegamos perto do dia 15 de abril, certo?[1] Mas é claro que esse slogan é só um exagero. Afinal, nós temos que pagar nossos impostos! É um tipo de dever, não? Veja, suponha que ninguém pagasse seus impostos, de onde sairiam as ruas, as redes de esgoto, a previdência social e os correios? E a polícia, os fuzileiros navais, os mísseis e as missões espaciais? Sem qualquer dúvida, a taxação é necessária, então, mesmo que seja roubo…

Pense nisso por um segundo: “mesmo que seja roubo…” – O roubo é universalmente considerado um ato imoral. Assumindo-se que todos os serviços mencionados anteriormente são morais e desejáveis (e isso é altamente discutível em relação a todos eles), como é possível que objetivos morais só possam ser alcançados através de meios imorais?

“Bom, claro, nada de certo pode ser feito de maneira errada; há um jeito certo e um jeito errado de fazer tudo”, você pode dizer. Pois então deve haver uma maneira correta de financiar aqueles serviços necessários (e morais). Isto é, a taxação não é necessária, não se for imoral.

“Bom, claro, nada de certo pode ser feito de maneira errada; há um jeito certo e um jeito errado de fazer tudo”, você pode dizer. Pois então deve haver uma maneira correta de financiar aqueles serviços necessários (e morais). Isto é, a taxação não é necessária, não se for imoral.

Ok, mas mesmo que nós todos detestemos pagar impostos, isso não os torna errados. Impostos são certos ou errados, não importa como nos sentimos a respeito. É roubo ou não é, não importa quais sejam nossos “sentimentos” sobre o assunto no momento. Então, considere isto.

Um homem envia a você uma carta dizendo que seus vizinhos estão contribuindo para seu fundo. Este “fundo” executa muitos atos bons, diz ele, e talvez ele enumere alguns. Por favor, envie sua contribuição, e pague-a até a metade do mês. Para assisti-lo na decisão de fazer sua contribuição, que deverá ser baseada em sua renda (ou, talvez, em quanto você compra, ou em quanto vale sua casa, ou em alguma outra coisa, ou alguma combinação), uma prática tabela de cálculo é fornecida.

Nada errado aqui. Lixo pelo correio, talvez; um pouco irritante. Talvez você até concorde com a maioria dos serviços que o Fundo financia, e ninguém discordaria da maioria deles. Mas digamos que você escolha ignorar a carta ou enviar menos que a cota que lhe foi atribuída. O homem lhe envia uma carta de novamente, lamentando sua omissão. Ele menciona que tem os meios para fazê-lo dar sua “justa quantia” – afinal, todos os outros pagaram suas respectivas partes, a não ser alguns poucos canalhas.

Parece que temos uma ameaça aqui, e não parece que o fundo do homem é algo muito benevolente. Talvez você envie de volta uma carta dizendo para ele parar de perturbá-lo ou você tomará alguma providência legal.

Agora ele passa a enviar cartas ainda mais ameaçadoras, e finalmente alguns “amigos” dele vão até a sua casa para imprimir em você o significado de sua não-cooperação. Neste momento você decide que é hora de pedir ajuda. Você procura por uma agência para lhe dar proteção – um guarda-costas, talvez. Mas há somente uma na cidade, e aqueles valentões lá fora trabalham para ela. Enquanto você tenta impedir que eles levem sua mobília (ou sua conta bancária, ou qualquer outra coisa), eles apontam suas armas contra você. Você diz: “Vocês estão agindo como ladrões!”

“Não”, eles respondem, “você é o trapaceiro. Você está retendo sua parte no Fundo.”

“Mas eu nunca concordei com o seu ‘fundo’. Vamos até um juiz e deixemos que ele decida se eu devo algo a vocês.”

“Certo”, eles dizem (e seria aquilo um sorriso nos lábios deles?). “Venha até o escritório do Fundo.”

“Bom”, você razoavelmente responde, “não o seu juiz, nem o meu, para sermos justos. Tentemos encontrar um juiz imparcial.”

“Mas”, riem eles, “o Fundo não permite quaisquer outros juízes. Não se preocupe, contudo; se você pagou mais que a sua cota, você conseguirá o resto de volta.”

“Mas eu não quero pagar nada”, você se lamenta.

Eles empunham suas armas.

“Isso não é nada mais que um assalto. Vocês são ladrões!”

E eles são.

Há muitos argumentos que são utilizados neste momento. Alguns exemplos:

1. Seus amigos se reuniram e decidiram, através do voto, roubar você, e o chamaram para votar também. Você teve sua chance, certo?

2. O Fundo é limitado, e só rouba uma parte da sua propriedade. Ele paga seus valentões para lutar contra o Fundo do Mal do outro lado do rio, que tomaria uma parte ainda maior de sua propriedade. Evidentemente você não poderia contratar seus próprios guarda-costas ao preço que você e eles concordassem. Por que não? Bom, não se pode confiar neles — mas no Fundo, sim!

3. Viúvas e órfãos morreriam de fome caso o Fundo não os alimentasse.

E muitos mais.

O Que Fazer Quanto a Isso

Primeiro, retenha o que você ganhar. O Fundo não pode pagar seus valentões se não puder coletar o seu dinheiro — e lembre-se, é o seu dinheiro, não deles.

Segundo, lembre-se de que há 40.000.000 de indivíduos que resistem a impostos de forma bem sucedida somente nos Estados Unidos, e cerca de 100.000.000 evasores e sonegadores de impostos; sim, quase todo mundo. E a percentagem é ainda maior em outros países.

Terceiro, você pode utilizar uma nova tecnologia de retenção do que é seu por direito — e que não serve somente para manter livre o seu dinheiro, mas serve para manter você livre de regulações, da censura, da inflação, da discriminação e dos controles — chamada Contra-Economia. Cursos são ministrados e livros são publicados a respeito dela. Nós o faremos conhecê-la.

Quarto, você pode aprender as técnicas simples de sonegação de impostos, de sair das listas de impostos em que você se encontra e de se manter fora daquelas nas quais ainda não foi registrado. Uma vez que o "Fundo" real não saiba que você existe, você está imune a tudo, a não ser a uma traição por um íntimo.

Quinto, mas não último, você pode se juntar a outros que aprenderam métodos consistentes de combate ao "Fundo" e a pretensos "Fundos". Esquerdistas anti-impostos, pró-livre-mercado e anti-estatistas parecem intrigantes a você? Talvez isso seja o que você sempre pensou que seria caso fosse possível?

Bom, é intrigante, nós somos, e você pode agora entrar em contato conosco. Bem vindo, aliado!


sábado, 1 de novembro de 2014

O Roubo "imposto" pelo estado


Certamente parece que é quando chegamos perto do dia 15 de abril, certo?1Mas é claro que esse slogan é só um exagero. Afinal, nós temos que pagar nossos impostos! É um tipo de dever, não? Veja, suponha que ninguémpagasse seus impostos, de onde sairiam as ruas, as redes de esgoto, a previdência social e os correios? E a polícia, os fuzileiros navais, os mísseis e as missões espaciais? Sem qualquer dúvida, a taxação é necessária, então, mesmo que seja roubo...
Pense nisso por um segundo: "mesmo que seja roubo..."? O roubo é universalmente considerado um ato imoral. Assumindo-se que todos os serviços mencionados anteriormente são morais e desejáveis (e isso é altamente discutível em relação a todos eles), como é possível que objetivos morais só possam ser alcançados através de meios imorais?
"Bom, claro, nada de certo pode ser feito de maneira errada; há um jeito certo e um jeito errado de fazer tudo", você pode dizer. Pois então deve haver uma maneira correta de financiar aqueles serviços necessários (e morais). Isto é, a taxação não é necessária, não se for imoral.
Ok, mas mesmo que nós todos detestemos pagar impostos, isso não os torna errados. Impostos são certos ou errados, não importa como nos sentimos a respeito. É roubo ou não é, não importa quais sejam nossos "sentimentos" sobre o assunto no momento. Então, considere isto.
Um homem envia a você uma carta dizendo que seus vizinhos estão contribuindo para seu fundo. Este "fundo" executa muitos atos bons, diz ele, e talvez ele enumere alguns. Por favor, envie sua contribuição, e pague-a até a metade do mês. Para assisti-lo na decisão de fazer sua contribuição, que deverá ser baseada em sua renda (ou, talvez, em quanto você compra, ou em quanto vale sua casa, ou em alguma outra coisa, ou alguma combinação), uma prática tabela de cálculo é fornecida.
Nada errado aqui. Lixo pelo correio, talvez; um pouco irritante. Talvez você até concorde com a maioria dos serviços que o Fundo financia, e ninguém discordaria da maioria deles. Mas digamos que você escolha ignorar a carta ou enviar menos que a cota que lhe foi atribuída. O homem lhe envia uma carta de novamente, lamentando sua omissão. Ele menciona que tem os meios para fazê-lo dar sua "justa quantia" ? afinal, todos os outros pagaram suas respectivas partes, a não ser alguns poucos canalhas.
Parece que temos uma ameaça aqui, e não parece que o fundo do homem é algo muito benevolente. Talvez você envie de volta uma carta dizendo para ele parar de perturbá-lo ou você tomará alguma providência legal.
Agora ele passa a enviar cartas ainda mais ameaçadoras, e finalmente alguns "amigos" dele vão até a sua casa para imprimir em você o significado de sua não-cooperação. Neste momento você decide que é hora de pedir ajuda. Você procura por uma agência para lhe dar proteção ? um guarda-costas, talvez. Mas há somente uma na cidade, e aqueles valentões lá fora trabalham para ela. Enquanto você tenta impedir que eles levem sua mobília (ou sua conta bancária, ou qualquer outra coisa), eles apontam suas armas contra você. Você diz: "Vocês estão agindo como ladrões!"
"Não", eles respondem, "você é o trapaceiro. Você está retendo sua parte no Fundo."
"Mas eu nunca concordei com o seu 'fundo'. Vamos até um juiz e deixemos que ele decida se eu devo algo a vocês."
"Certo", eles dizem (e seria aquilo um sorriso nos lábios deles?). "Venha até o escritório do Fundo."
"Bom", você razoavelmente responde, "não o seu juiz, nem o meu, para sermos justos. Tentemos encontrar um juiz imparcial."
"Mas", riem eles, "o Fundo não permite quaisquer outros juízes. Não se preocupe, contudo; se você pagou mais que a sua cota, você conseguirá o resto de volta."
"Mas eu não quero pagar nada", você se lamenta.
Eles empunham suas armas.
"Isso não é nada mais que um assalto. Vocês são ladrões!"
E eles são.
Há muitos argumentos que são utilizados neste momento. Alguns exemplos:
1. Seus amigos se reuniram e decidiram, através do voto, roubar você, e o chamaram para votar também. Você teve sua chance, certo?
2. O Fundo é limitado, e só rouba uma parte da sua propriedade. Ele paga seus valentões para lutar contra o Fundo do Mal do outro lado do rio, que tomaria uma parte ainda maior de sua propriedade. Evidentemente você não poderia contratar seus próprios guarda-costas ao preço que você e eles concordassem. Por que não? Bom, não se pode confiar neles ? mas no Fundo, sim!
3. Viúvas e órfãos morreriam de fome caso o Fundo não os alimentasse.
E muitos mais.
O Que Fazer Quanto a Isso
Primeiro, retenha o que você ganhar. O Fundo não pode pagar seus valentões se não puder coletar o seu dinheiro ? e lembre-se, é o seu dinheiro, não deles.
Segundo, lembre-se de que há 40.000.000 de indivíduos que resistem a impostos de forma bem sucedida somente nos Estados Unidos, e cerca de 100.000.000 evasores e sonegadores de impostos; sim, quase todo mundo. E a percentagem é ainda maior em outros países.
Terceiro, você pode utilizar uma nova tecnologia de retenção do que é seu por direito ? e que não serve somente para manter livre o seu dinheiro, mas serve para manter você livre de regulações, da censura, da inflação, da discriminação e dos controles ? chamada Contra-Economia. Cursos são ministrados e livros são publicados a respeito dela. Nós o faremos conhecê-la.
Quarto, você pode aprender as técnicas simples de sonegação de impostos, de sair das listas de impostos em que você se encontra e de se manter fora daquelas nas quais ainda não foi registrado. Uma vez que o "Fundo" real não saiba que você existe, você está imune a tudo, a não ser a uma traição por um íntimo.
Quinto, mas não último, você pode se juntar a outros que aprenderam métodos consistentes de combate ao "Fundo" e a pretensos "Fundos". Esquerdistas anti-impostos, pró-livre-mercado e Socialistas Libertários parecem intrigantes a você? Talvez isso seja o que você sempre pensou que seria caso fosse possível?
Bom, é intrigante, nós somos, e você pode agora entrar em contato conosco. Bem vindo, aliado!


Notas
1 O 15 de abril é a data de entrega do imposto de renda nos Estados Unidos.
Tradução de Erick Vasconcelos.
Por Samuel Edward Konkin III
Fonte: Portal Libertarianismo

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Entenda a infraestrutura “indestrutível” por trás do The Pirate Bay


Dezenas de corporações têm tentado fechar o The Pirate Bay durante anos, mas, até agora, nenhuma delas obteve êxito em barrar a livre navegação do icônico navio pirata. A resistência demonstrada pelo serviço nos últimos tempos fez com que muita gente acreditasse que a infraestrutura atualmente montada para fazê-lo funcionar é grande o suficiente para bater de frente com os servidores do Facebook ou Twitter, mas a realidade é um pouquinho diferente.
De acordo com informações oficiais divulgadas recentemente pelos próprios responsáveis pelo site, hoje em dia o The Pirate Bay depende de apenas 21 máquinas virtuais hospedadas em diferentes países ao redor do mundo por servidores comerciais que sequer fazem ideia de que estejam armazenando dados do serviço. Dessas máquinas, oito são usadas para páginas web, seis para o motor de busca e duas para bancos de dados. O resto dos PCs são usados para fins mais técnicos, como analisar estatísticas, lidar com o proxy e manter um controlador-geral.
No total, a infraestrutura do TPB resume-se em 182 GB de memória RAM, 94 processadores e 620 GB de armazenamento em disco – uma capacidade razoavelmente pequena, considerando o tamanho e fluxo de tráfego do site. Utilizando servidores descentralizados e de terceiros (em vez de comprar os seus próprios), a equipe do The Pirate Bay consegue reduzir muito os custos necessários para manter o serviço no ar, além de ter maior facilidade para realizar consertos de emergência caso determinado provedor acabe saindo do ar.
Vale observar, contudo, que o navio pirata nem sempre trabalhou com tal configuração – a decisão de mover o site para servidores na nuvem foi tomada há dois anos e, no começo, apenas 17 máquinas compunham a infraestrutura do TPB. Vale lembrar, contudo, que o serviço ainda conta com uma fraqueza incômoda: seu domínio, que precisa ser constantemente alterado para fugir de perseguições judiciais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O capitalismo corporativista é insustentável



Não sou marxista, mas acho muitas das ideias de Marx úteis. O velho Karl certamente tinha dom para transformar uma frase. Ninguém que poderia vir com algo tão proudhoniano quanto “os produtores associados” poderia ser de todo mal. Uma das melhores dele, em minha opinião, foi a de que novas forças produtivas, finalmente, “tornam-se incompatíveis com seu véu capitalista”, ponto no qual “o véu está arrebentado”.

Outra fonte de vívidas imagens é o Preamble to the Constitution of the Industrial Workers of the World(Preâmbulo à Constituição dos Trabalhadores Industriais do Mundo). Veja isto: “[...] estamos formando a estrutura da nova sociedade dentro da concha da antiga.”

Essas duas frases descrevem brilhantemente a categoria do capitalismo corporativista fomentado pelo estado. O capitalismo, como sistema histórico, tem quinhentos anos de idade ou mais e o estado esteve intimamente envolvido em sua formação e em sua contínua preservação desde bem no início. O estado, porém, tem estado muito mais envolvido, se tal coisa é possível, no modelo de capitalismo corporativista que tem prevalecido nos últimos 150 anos. Os titãs corporativistas que dominam nossa vida econômica e política dificilmente conseguiriam sobreviver por um ano sem a contínua intervenção do estado no mercado para sustentá-los por meio de subsídios e proteções monopolistas.

Esse sistema está atingindo seus limites de sustentabilidade. Eis aqui alguns motivos:
1) Os monopólios em que dependem do sistema estão cada vez mais insustentáveis. Especialmente a “propriedade intelectual”.

1-a) A indústria baseada em direito autoral já perdeu a briga para acabar com o compartilhamento de arquivos;

1-b) As patentes industriais só são sustentáveis quando a indústria de oligopólio, cadeias de varejo de oligopólio reduzem o custo de transação desse cumprimento — insustentável contra “fábricas de garagem” de bairro que usam arquivos CAD/CAM pirateados.

2) Ferramentas de produção baratas e eficientes em termos de solo e horticultura estão:

2-a) aumentando a competição por parte dos autônomos;

2-b) reduzindo oportunidades de investimento lucrativo para o capital excedente e destruindo a taxa direta de lucro (TDDL).

3) Insumos para a produção subsidiada pelo estado levam ao aumento em proporção geométrica da demanda por esses insumos, sobrepujando a capacidade do estado em fornecê-los e conduzi-los em crise fiscal crônica. Por séculos o estado tem proporcionado ao agronegócio capitalista de larga escala com acesso privilegiado a terra roubada das classes trabalhadoras. Por 150 anos ele vem subsidiando insumos tais como ferrovias, aeroportos e rodovias para transportes de longa distância e água de irrigação para fazendas de confinamento. Porém, como qualquer aluno de microeconomia poderia dizer-lhe, subsidiar algo significa que cada vez mais disso é consumido. Então você inicia o agronegócio que é ineficiente em seu uso da terra, da água e indústria que atinge falsas economias de escala ao produzir para áreas de mercado artificialmente extensas. A cada ano é preciso maior subsídio do governo para manter esse modelo de negócio lucrativo.

4) As tendências agravantes em relação a super-acumulação e a estagnação aumentam a quantidade de gastos deficitários crônicos necessários para a gerência da demanda agregada keynesiana, piorando também a crise fiscal. O estado construiu um sólido complexo industrial-militar e criou outras indústrias inteiras sob o gasto estatal para absorver o excesso de capital de investimento e superar a tendência do sistema através de produção e capital excedentes, e tem sustentado déficits cada vez maiores só para impedir o colapso que de outra forma já teria ocorrido.

Em suma, o capitalismo em sua forma mais "pura" que consequentemente será despejada sobre um corporativismo depende de quantidades crescentes de intervenção do estado no mercado para a sua sobrevivência, e o sistema está atingindo o ponto no qual a fonte seca.

O resultado é um sistema no qual governos e empresas estão cada vez mais esvaziados. E enquanto isso, está crescendo dentro desse “véu” capitalista corporativista coisas como software e cultura open source, projeto industrial open source, permacultura, contra-economia, escambo e microfábricas de garagem de baixo custo geral que engolem a viva economia estatal-corporativista. Uma parcela cada vez maior de trabalho e produção está sendo engolida por economias elásticas relocalizadas, autônomas, e descentralizadas de cooperativas de trabalhadores e da economia informal e doméstica. No final, eles vão criar esqueletos de dinossauros coletivos como um cardume de piranhas.

// Traduzido por Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme. Revisado por Rodrigo Viana. | Artigo original.